5 de out. de 2010

TÁ DECIDIDO: QUERO SER JORNALISTA!

      Todo mundo sabe o quanto o estudo é importante na vida das pessoas, Particularmente eu amo estudar. Nunca fui uma aluna cdf, mas minhas notas raramente eram menores que oito. E sempre me sentava no meio da sala: entre os Cdfs da frente e os baderneiros de traz. Acho que por isso sempre fui respeitada por todos em todos os lugares onde passei. Por sempre estar à frente nas turmas como representante ou até mesmo metida a líder, sempre preguei o lema “bagunça só no recreio.” É obvio, que sempre tinha aquela matéria ou aquela professora que eu não gostava, mas quando era o caso, eu sai da sala pra não atrapalhar quem gostava. E influenciava a todos que fizesse o mesmo. Na minha época, não tinha histórico de agressão a professores como (infelizmente) se tem hoje.

      Tenho fotos e convites da minha formatura da 4ª e da 8ª série até hoje. Morro de saudades das pessoas que passaram pela minha vida em período escolar. O melhor lugar que estudei foi no Centro Integrado de Educação Pública (o famoso ciep, brizolão) Metalúrgico Benedicto Cerqueira, lá em cascadura. Não tem tanto tempo assim, mas eu amava estudar naquele lugar. Já morando na Cidade de Deus, eu acordava com prazer, todos os dias, e nunca faltei ou cheguei atrasada. Eu e minha irmã mais velha tínhamos verdadeira paixão por aquela escola. Entravamos às 7:30 e largávamos às 16:30. Minhas melhores recordações vem daquele lugar.
       Mas foi na Escola Municipal Alberto Rangel, na Cdd, que fiz as muitas das melhores amizades que tenho. Lá que conheci amigos, que me apresentaram amigos, que me apresentaram outros amigos.
      Minha formatura da 8ª Série foi show! Fui oradora da turma na igreja e fui escolhida pra entregar os diplomas na escola. Quando tinha alguma coisa, que tinha que ter alguém à frente, as duas turmas de 8ª série sempre escolhia a Carla da 801... Não sei por que, já que me acho uma pessoa tão... tão tímida, calada, discreta... rsrsrsrs
      Depois de ter concluído o 1º grau, fiz a burrice de parar de estudar. Meus hormônios tiveram culpa nessa pausa. Comecei a estudar o corpo humano a fundo e a única coisa que me orientava era meu coração. Sabe como é... Algumas adolescentes passam por essa fase de burrice... Coisas do coração.
      Mas essa fase teve uma conseqüência enorme chamada Jansen Henrick. Hoje, esta “conseqüência” está com 10, quase 11 anos. Nada é por acaso. Coisas acontecem na hora que parece ser erradas, mas que são certíssimas. E aquela história de que Deus escreve certo por linhas tortas, não é nada disso. Deus escreve certo em linhas certas... Nós é que entendemos torto! Meu filho foi a melhor coisa que me aconteceu, pra colocar a cabeça no lugar. Tudo que faço é em prol dele. Acho que se não o tivesse, só Deus sabe o que estaria fazendo e onde eu estaria agora. Quando o Jansen fez Três anos resolvi voltar a estudar. Eu queria dar o melhor para ele no futuro, porque naquele momento a única coisa que eu podia dar era meu leite e nunca deixar faltar fraldas de pano limpas.
      Conversei com a minha mãe (porque eu morava com ela) e ela foi a primeira a dizer que não ao dar certo eu voltar a estudar. De onde eu esperava o apoio, recebi um balde de água fria. Mas no fundo, acho que ela tinha receio de que eu engravidasse de novo porque ia estudar a noite. Sempre fui muito firme. Conversei sério com ela, falei dos meus objetivos, falei que podia confiar em mim e que precisava do apoio dela, ai ela amoleceu. Bati o pé, fiz a minha matricula e voltei a estudar.
      No decorrer do 2º grau, aconteceu de tudo. Fui expulsa de casa por namorar um homem casado, fui morar num barraco, passei um sufoco do caramba e teve meses que minha única refeição era lá... Na escola. E sábados, domingos e feriados eu vivia a base de água e sono, porque eu dormia pra esquecer a fome. Esperava ansiosamente a chegada da 2ªfeira à noite, pra poder jantar na escola. Só não era pior porque meu filho ficou morando com a minha mãe. Até que um dia, alguém me deu R$5,00. Eu tinha que fazer render aquele dinheiro. Coloquei a camisa da escola, fui ao Centro do Rio, comprei um monte de caneta “made in Japão” por R$ 0,30, vendi tudo na escola por R$2,00 cada uma, voltei no centro no dia seguinte, comprei mais canetas e assim foi. Foi assim que consegui juntar dinheiro pra comprar alguma coisa para comer nos fins de semana. Mas um dia todo mundo da escola já estava de saco cheio, ou melhor, com o estojo cheio das minhas canetas e lápis. Comecei a fazer uns bordados em ponto cruz que aprendi olhado a capa da revista na banca de jornal. Fiquei com meus dedos todos furados, porque a agulha não era apropriada para tal coisa. Mas a mulherada da escola amou meus bordados. Ai passei a ficar algumas madrugadas acordada fazendo as toalhinhas. As coisas foram melhorando. Artesanato pra mim me dá muito prazer em fazer quando não é obrigação. Gosto de fazer e dar de presente. E fazer pra vender tornou-se um suplício pra mim. Então resolvi parar, e com o dinheiro, procurar emprego. E né que arrumei logo dois de uma só vez?
      Pegava de 9 hs às 16hs em um restaurante no shopping, e de 18 hs às 03 hs da madrugada na barraca de um amigo que me pagava 70 reais por semana. Abandonei a escola por dois meses, mas meu coração e minha situação estavam em crise.
      Uma amiga da escola tinha um irmão que me viu e ficou doido por mim. Solteiro, Trabalhador, hiper do bem, tinha casa própria e muito amor pra dar. Eu, carente, resolvi dar uns beijinhos nele, e quando fui ver já estava morando lá. Acho que no fundo, foi a porta que encontrei pra sair daquele barraco e dar um passo a frente na minha vida. Numa semana só, larguei os dois empregos e fui chamada pra trabalhar na Teleatlantic. Fui entrevistada pelo Boaz, na época, diretor da empresa. Ele é Israelense e eu não entendia muito bem o que ele falava. Só entendi ele dizer que não sabe como meu currículo foi parar nos e-mails dele, que eu não tinha experiência nenhuma pro cargo que ele oferecia, MAS que ia me dar essa oportunidade e que era pra eu agarrar com unhas e dentes. Foi o que fiz. Muito do que sei hoje, foi por esta pequena oportunidade que ele me deu. Muitas coisas aconteceram, fiz grandes amigos e fiquei lá 2 anos. Mas os estudos estavam se arrastando. Parece que quando vai chegando o 3º anos do 2º grau, as coisas vão ficando mais pesadas ainda. Nesta época, eu tinha marido, meu filho estava morando comigo, a Teleatlantic era em Botafogo e eu estudava as 18:30 na Cidade de Deus. Imaginem... Aquele engarrafamento do Humaitá e da Barra, matam a disposição de qualquer um. Eu chegava mortinha da Silva na escola. Posso dizer que graças às grandes amizades que fiz, consegui concluir meu 2º grau. Era sempre um ajudando o outro já que todo mundo na minha sala trabalhava. Eu mesmo sem saber muito, ajudava com o Inglês (acho que é porque sou louca pra aprender a ouvir e falar inglês, pois só sei basicamente escrever e ler.) Mas consegui concluir o ensino médio, com toda dificuldade que encontrei.
        Até então, nunca tinha me pronunciado a fazer faculdade porque não gosto dessa coisa de parar, trancar e recomeçar uns anos depois. Se eu tiver que fazer, tem que ser direto, sem pausa, como no Ensino Médio. E também por eu nunca ter decidido o que fazer. Sempre estive indecisa se fazia Assistência social, música, dança, teatro, direito, Artes plásticas ou... Administração. Estudar pra mim tem que ter prazer, porque se não é perca de tempo. Se não der pra se dedicar uma coisa por 4, 5, 6 anos com prazer, não dá mesmo.
       Este ano, vi que estou preparada para voltar a estudar. E que quero muito, com toda força do meu ser , ser jornalista. Não aquela jornalista de televisão. Quero escrever para algum jornal. Estou sendo impulsionada pela empolgação de ser jornalista desde que criei este blog, Sempre amei escrever. Sempre estou preocupada em atualizar o meu blog. Meus dedos coçam quando bate à cabeça a hipótese de que de repente poderei voltar às aulas em 2011 e me dedicar a uma profissão que pode me dar dinheiro e que com certeza vai me dar muito prazer. E pra isso, terei que abrir mão de muitas coisas pra ver se rola um curso preparatório e ver se tiro uma nota boa no Enem, quem sabe... Minhas economias, não pagariam nem a 1ª mensalidade.

Quero ser jornalista e ponto final.

        Tenho sonhos, e a possibilidade desse
                                 sonho dar a oportunidade de outros se realizarem,
                                                                                            é infinitamente grande...

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